“Será apresentado nos próximos dias 22, 23 e 24, às 20h30, no Teatro do Parque, ‘Mora na Filosofia’, show -pesquisa sobre o samba de morro, com a presença da Universidade de Samba dos Boêmios de Sítio Novo. Na oportunidade, o show lançará duas jovens cantoras – Isabel e Lúcia – e um novo violonista e cantor, Geraldo Azevedo. As duas primeiras exibições de ‘Mora na Filosofia’ serão promovidas pelo Diretório Acadêmico da Faculdade de Filosofia do Recife, e o terceiro (domingo 24), pelo Centro de Estudos Cinematográficos, da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Recife.
”Faz quase 60 anos, o Diario de Pernambuco, em 21 de outubro de 1965, divulgou esta nota, sobre a Lira dos 20 anos de Geraldo Azevedo. Ao alcançar a Lira dos 80 anos, publicamos uma entrevista especial com ele. Com o balanço de sua trajetória e uma série de curiosidades das canções e dos shows.
“Mora na filosofia” é o título da letra de um samba dos anos 1950, de autoria de Monsueto Menezes e Arnaldo Passos. No carnaval de 1955, chegou a ser premiada como uma das melhores letras. Mas não sob a concordância geral, pois, um articulista como Paulo Quadros, da Gazeta de Notícias, distinguiu-a como “completamente absurda”. Mas não foi por falta de nexo que a censura vetou a “Canção da despedida” e outras canções de Geraldo Azevedo. A motivação era oposta: a do excesso de sentido, mas considerando que o lirismo daqueles jovens na casa dos 20 anos “moravam” numa filosofia de liberdade, considerada pelo regime algo “dissonante”, “absurdo”, “inútil”, “inadequado”.
A “filosofia” de Geraldo Azevedo é a das canções. A sua razão de ser, existir, atuar. É onde ele mora, desde a adolescência, e até agora. Na língua e na linguagem dos versos ele se expressa, e na habilidade para um instrumento: o violão. Assim, saudavelmente chega aos 60 anos de carreira e 80 anos de vida, com sua lira (sua guitarra-violão) intacta e cheia de energia, morando não na filosofia, mas na música por inteiro, na sua linguagem.
Características
- Edição: Março/ Abril/ Maio 2025
